Projeto Comunidade Leitora – Contação de Histórias
Ouvir e contar histórias: a história se faz assim…
Quando ouvimos um conto – adultos ou crianças –, temos uma experiência singular, única, que particulariza para cada um de nós, no instante da narração, uma construção imaginativa que se organiza fora do tempo da história cotidiana, no tempo do “era”.
Regina Machado in ACORDAIS – Fundamentos Teórico-Poéticos da Arte de Contar Histórias.
No dia 8 de abril de dois mil de dezenove realizamos na Diretoria de Ensino Leste 5 uma Orientação Técnica de Contação de Histórias para Professores Articuladores do Programa Escola da Família, Professores Coordenadores e Professores de Arte – PEF, ETI e PEI – Anos Iniciais com o objetivo da valorização da leitura, incentivar a prática da leitura, o desejo e o prazer de ler, garantir um repertório de textos de boa qualidade, desenvolver a postura de leitor e ouvinte e o desenvolvimento e disseminação de boas práticas pedagógicas do Projeto Comunidade Leitora.
Provocar o encantamento, fazer rir, trazer descobertas, permitir adentrar aventuras, são sentimentos e experiências que, por meio de uma boa história contada ou mesmo lida, “povoam” o cotidiano de todos nós. Além da função cultural, social e educativa, as histórias constroem repertórios, favorecem a criação de imagens poéticas e fazem sonhar. É possível, sim, que esse universo esteja nos espaços escolares do Programa Escola da Família, aos sábados e domingos, em boa dose dos contos – tradicionais ou não, de histórias de nosso folclore que, segundo Regina Machado, “[…] não são roupas prêt-à- porter , são roupas de galas que vestem nossos mais preciosos sonhos […]” e de tantas outras histórias, que devem ser e estar presentes para as comunidades participantes da escola, aos finais de semana. Assim, fomos preparando a bagagem para levarmos a história aos espaços da escola; arrumamos os apetrechos para fazê-la inteira e radiante: nas aventuras, nas belezas e doçuras das fadas, nos caldeirões fervilhantes das bruxas… Percorrendo esse mundo de encantamento, será fácil deixar-se levar pelos contos de Câmara Cascudo, Ricardo Azevedo, Guimarães Rosa… Exemplos não faltam e não faltarão de quem tão bem traduziu a alma brasileira! Não podemos deixar de falar dos contos que provocam deslumbramento, como “As Mil e uma Noites”, datado do século XIII e apresentado em tradução, em 1707, pelo francês Galland. Muitos deles são joias incrustadas em livros de autores brasileiros: Machado 81 de Assis, Cecília Meirelles, Clarice Lispector etc. Na busca de mais escritores que nos encantam com suas narrativas, trazemos Júlio César de Mello e Souza, nascido em 1.895, e conhecido como Malba Tahan, que deixou a grandeza de uma obra tão pouco difusa: “O Homem que Calculava”. É assim que a imaginação, com sua função mágica e reveladora, surgirá em 2014, “povoando” os espaços abertos à comunidade. Para tanto, tenhamos a disposição de, continuamente, visitarmos histórias, tendo a iniciativa de trazê-las para serem contadas ou lidas. Deliciosamente, com as pessoas da comunidade, conseguiremos formar bons ouvintes de contos de assombração, de amor, de humor, de aventura, deixando-nos levar pela voz de quem narra de forma atrativa e instigante.
O PEF sempre tratou do assunto com grande sensibilidade, pois é sabedor do quanto a literatura é determinante na formação psicológica e intelectual dos leitores e, das transformações que ela provoca em quem lê. O contato com o mundo literário pode provocar prazer e reformulação íntima de sentimentos e ideias. A leitura pode transformar pessoas, mudar o curso de vida e humanizar as relações. Portanto, prossigamos com o Projeto Comunidade Leitora.
O objetivo do projeto Comunidade Leitora é que ele prossiga em seu importante papel: o de desenvolver o gosto pela leitura.
O prazer que a leitura proporciona em quem lê promove, naturalmente, o hábito da leitura. Projetos de promoção de leitura são essenciais, pois criam o hábito leitor e desenvolvem competências de compreensão leitora.
Portanto este é o convite que o Programa faz:
Durante a semana e aos finais de semana, presenteie os alunos e a comunidade participante das escolas, com momentos mágicos e felizes que somente uma boa história pode produzir. Não importa se será lida ou contada, o importante é que seja capaz de tomar o coração de quem a ouve, num rompante de alegria, de emoção.